A imprensa paulista e nacional já noticia em seus artigos o vernissage que ocorrerá na próxima terça-feira, dia 08 de março, das 18h às 22h na badalada galeria Marcelo Neves Art Gallery em Pinheiros, São Paulo da exposição coletiva “Eva ou Lilith na Atualidade”. Reforçando a estratégia de mais um período gratificante e de destaque para a arte, com foco no questionamento do empoderamento feminino a curadora Rosita Cavenaghi, gestora de arte da MN Art Gallery valoriza “até onde” uma mulher pode chegar? “A mulher não pode se limitar, ela pode chegar onde quiser lutando por seus sonhos e objetivos”.
Rosita Cavenaghi, coadjuvada pelos empresários Marcelo Neves, Jairo Luiz Simões Gonçalves de Silva, ressaltam o brilhantismo e presença de Claudia Godoy, escultora brasileira, radicada na Itália. Para eles é de suma importância sua participação nesta exposição coletiva. Sua presença acrescenta mais força e identidade em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, afirmando ainda mais seu trabalho aqui no Brasil, ressaltam.
Faces do feminino
As ambiguidades do feminino são o eixo das esculturas de Claudia Godoy. Há, em seu trabalho, um diálogo entre a beleza plástica, a elegância do acabamento e a criatividade que dá às suas mulheres.
Nascida na década de 1970, no interior do Estado de São Paulo, muda-se para a capital paulista aos 18 aos, graduando-se em Artes Dramáticas, Design de Interiores e Letras. Logo ingressa no mundo corporativo, destacando-se no setor de feiras internacionais, onde atua por mais de 20 anos.
Em 2016, ocorre uma virada. Claudia vende sua empresa e, durante um ano sabático, viaja com o marido e três filhos por 13 países da Ásia e da Oceania. Naquele ano, muda ainda com a família para Florença, na Itália, redescobrindo a paixão pelas artes e a vocação pela escultura em argila.
É no The Florence Studio of Fine Arts e na Academia de arte de Florença que desenvolve a sua técnica de modelagem e busca um constante aprimoramento, que pode ser notado na realização de suas peças. No ato de modelar, pelo contato direto com a argila, encontra a união consigo mesma, com a feminilidade e com a natureza.
O estilo que desenvolve revela uma conversa entre as proporções realistas e acadêmicas e a estilização das formas. Isso lhe permite uma liberdade criativa que oscila entre as formas mais sutis e delicadas e aquelas com mais vigor e intensidade.
Surgem assim mulheres que podem ser lidas em diversas camadas. Ora representam o cotidiano feminino, ora mergulham em universos mitológicos e arquetípicos. As peças representam mulheres que levam o observador a pensar sobre si mesmo e o seu papel no mundo.
A força da mulher, com toda a sua diversidade, surge nos elos com o calor do sol, a fluidez da água, os mistérios da lua e a energia da terra. Poder, autoconhecimento, alegria, beleza e irreverência são temáticas centrais dentro de uma perspectiva escultórica e simbólica em que cada obra gera um pensamento sobre o que significa ser mulher no mundo contemporâneo.
Trabalhos recentes, como “Frida” e “Medusa”, apontam para o papel do feminino em uma sociedade patriarcal. A quebra de paradigmas é vista como integrante de um constante questionamento dos próprios limites e da importância de correr riscos e não temer mudanças, confiando nos próprios instintos.
Oscar D’Ambrosio – Crítico de Arte.